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Por Aline Dávila Semencio
Ouvir a música favorita é considerado por muitas pessoas como um hobby, algo que gostam de fazer quando têm um tempo livre. Entretanto, pesquisas científicas vêm mostrando ao longo dos anos que os benefícios de se ouvir música vai além do simples lazer: a música afeta a saúde da nossa mente e do nosso corpo.
Usamos a música em vários momentos do nosso dia-a-dia e é comum pôr uma música para tocar de acordo com o humor do momento. Mas, você sabe o que acontece no seu cérebro enquanto você ouve música?
Agora as pesquisas científicas, realizadas através de instrumentos que medem a atividade cerebral e a pressão sanguínea, confirmam que a música pode produzir alterações físicas e mentais nas pessoas.
O primeiro benefício que podemos citar é a capacidade da música de alterar o nosso humor e os nossos sentimentos. Ouvir música estimula áreas do cérebro responsáveis pela liberação de dopamina, um neurotransmissor responsável, entre outras coisas, pela sensação de prazer de forma geral. Os pesquisadores descobriram que ao ouvir sua música favorita você experimenta mais ou menos a mesma quantidade de prazer que se sente quando ao comer, usar drogas ou fazer sexo.
A adrenalina e o cortisol, os hormônios do estresse e da ansiedade, também tendem a diminuir na corrente sanguínea quando ouvimos música, segundo o estudo conduzido pelo Dr. David Lewis-Hodgson da Mindlab International.
Além disso, quando ouvimos música a concentração de ocitocina na corrente sanguínea aumenta. Esse hormônio é responsável pela sensação de bem-estar e conexão com outra pessoa, já que a ocitocina é liberada no momento do parto, para a ligação emocional entre a criança e os pais, e também quando um casal de namorados se encontra, por exemplo.
Por causa disso, a música pode ser usada como um dos recursos terapêuticos contra os sintomas de doenças como depressão, que é uma doença que, entre outros, tem como sintoma principal a anedonia, ou seja, a incapacidade de sentir prazer em atividades que normalmente são prazerosas.
A música também tem o poder de diminuir a pressão arterial, segundo um estudo da UNESP. “Observamos que a música melhorou a frequência cardíaca e os efeitos de anti-hipertensivos no período de até uma hora após a medicação”, disse Vitor Engrácia Valenti, coordenador do estudo.
Os benefícios da música vão além, pois, não apenas modulam os estados passageiros de humor, mas também alteram certas estruturas do cérebro de forma mais permanente, quanto mais a pessoa se expuser aos sons e às melodias.
Neurocientistas da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, descobriram que pacientes com demência, com capacidade de cognição comprometida, experimentaram um aumento de conexões cerebrais ao ouvirem música relacionados à habilidades de linguagem e memória. Um outro estudo holandês confirmou que ouvir música reduzia a necessidade do uso de remédios para combater a depressão em pessoas com essa doença.
Ouvir música, além de combater sintomas, é um exercício completo para o nosso cérebro e promove a saúde. O córtex auditivo se ativa quando você ouve sons e percebe tons. O córtex motor e o cerebelo se ativam quando você está marcando o tempo com os pés, estalando os dedos, batendo palmas ou tocando um instrumento. O núcleo accumbens, a amígdala e o cerebelo reagem quando você se emociona com a música, e o córtex visual se ativa quando você assiste um artista ou lê a partitura.
Ninguém ignora que a crise por que a humanidade está passando representa um momento de luto, tristeza e solidão. Ter a possibilidade de usar a música como forma de diminuir o sofrimento físico e mental das pessoas é um dos objetivos do Conservatório Carlos Gomes.
Por isso, além de todos os cursos que já oferecemos, estamos preparando novos projetos que ampliem as experiências de escuta e apreciação para os amantes da música, usando esses benefícios para promoção de saúde e bem-estar.
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Fontes e pesquisas citadas: